“Drop de um detento" and the Authorship of the Carandiru Massacre
“Diário de um detento” y la autoría de la Masacre de Carandiru;
“Diário de um detento” e a autoria do Massacre do Carandiru
Author
Yagui Takahashi, Henrique
Full text
https://textoshibridos.uai.cl/index.php/textoshibridos/article/view/16010.15691/textoshibridos.v9i2.160
Abstract
The Carandiru massacre was the most significant tragedy in the Brazilian penitentiary system. One hundred eleven inmates were murdered in the largest penitentiary in Latin America. In this paper, I explore a report about the 25th anniversary of the massacre, besides articles in The Wall Street Journal, Folha de S. Paulo, Portal G1 e O Globo, and compare it with “Diário de um detento”, a rap song by the Racionais MC's, and an autobiographical novel by Jocenir, a former Carandiru's prisoner. These narratives are examined in the Foucauldian discursive analysis, analyzing the dispute between journalistic and state hegemonic narratives in opposition to the hip hop and "marginal" literature counter-historic narratives. I argue that the mainstream media produces a discourse where the Carandiru massacre is a singular and individual event, covering the systemic character of Brazilian state violence. On the other hand, Racionais MC's and Jocenir's respective pieces demystify the unique aspect of the massacre. They are unveiling the naturalized features of marginalized populations' mass extermination politics within and outside the penitentiary system. La Masacre de Carandiru, en 2 de octubre de 1992 en la ciudad de San Pablo, ha sido la mayor tragedia del sistema carcelario brasileño, en la que 111 reclusos fueron asesinados en la penitenciaria más grande de América Latina. Para que este trágico hecho no se borre de la memoria colectiva, múltiples narraciones periodísticas, poéticas y literarias se han publicado con miras a mantener vivo ese recuerdo. En este artículo, utilizaré la extensa nota periodística de UOL en el 25 aniversario de la masacre y las obras homónimas Diário de um detento: una, canción del grupo de rap Racionais MC's (1997) y la otra, la novela testimonial carcelaria de Jocenir (2001), expresidiario en Carandiru. En el campo teórico, recurriré al análisis del discurso de Foucault, a través de los conceptos de "nombre propio" y "función-autor", con el fin de analizar las disputas entre narrativas mediáticas y estatales hegemónicas frente a las narrativas contrahistóricas del rap nacional y la literatura marginal brasileña. Aquí argumento que la narrativa periodística produce un discurso en el que la Masacre de Carandiru es un evento único y los responsables se constituyen a partir de un atributo de excepcionalidad, encubriendo el carácter sistémico de la violencia estatal brasileña. Las obras de Racionais MC's y Jocenir, fundadas en un discurso antiestatal, desmitifican la excepcionalidad de la masacre y exponen el carácter normalizado y normativo de la política de exterminio de las poblaciones pobres, periféricas y negras, dentro y fuera del sistema penintenciario. O Massacre do Carandiru foi a maior tragédia no sistema prisional brasileiro, com o assassinato de 111 detentos, na maior penitenciária da América Latina. Para esse artigo, me utilizarei da extensa reportagem em aniversário de 25 anos do massacre, além das reportagens do The Wall Street Journal, Folha de S. Paulo, Portal G1 e O Globo, e, das obras homônimas “Diário de um detento”: música do grupo de rap Racionais MC’s e do romance testemunhal carcerário de Jocenir. Recorrerei ao campo da análise discursiva foucaultiana através dos conceitos de “nome próprio” e “função autor”, de forma a analisar as disputas entre narrativas hegemônicas midiáticas e estatais em oposição às narrativas contra-históricas do rap nacional e da literatura marginal. Meu argumento é que a narrativa jornalística produz um discurso onde o Massacre do Carandiru é um evento exclusivo e seus responsáveis se constituem por seu atributo de excepcionalidade, acobertando o caráter sistêmico da violência estatal brasileira. As obras do Racionais MC’s e Jocenir, partindo de uma discursividade anti-estatal, demistificam o traço de excepcionalidade do massacre, de modo a apresentar o caráter normalizado e normativo da política de extermínio de populações pobres, periféricas e negras, dentro e fora do sistema prisional.