Niñez, Género y Escritura: La bolsa amarilla de Lygia Boujunga
Author
Lorca, Jorge
Fuenzalida, Valeria
Abstract
Abstract.
The present study, is the product of a two voices interpretive reading, under the wing of a critical and
politicized reflection of a seemingly innocuous text, coming from what could prejudicially be thought,
a “minor” gender called children’s literature. Our thesis, is that its author, Lygia Bojunga, manages
to intelligently stand out from the hegemonic paradigms that dominate the shifting horizon of the own
subaltern production conditions that characterize this subgenre, to install an overlapping critical
fracture to the normativity of socially stratified roles. In this way, childhood, the feminine, gender
roles and writing, emerge as some of the topics chosen and treated here, and that the author manages
to disarticulate as the protagonist is suffering and questioning firsthand the naturalization of these
same normative social practices that relegate her as a girl and as a woman to spaces encrypted by the
power. Without a doubt, the elegance and aesthetic simplicity that the author of “The yellow bag”
manages to attach to her work, cohabit in depth with her critical and subversive gaze within that sameinnocent writing that could be thought of as a distracting but falsely inoffensive pyrotechnic effect
from the reviled and marginal genre of children's literature. Its political component operates precisely
there, where there seems to be no danger in a lowercaliber, non-academic writing, but that cleverly,
in a smuggling mechanism, introduces a critical status of the operations of adultcentrism and
prevailing androcentrism. Resumo em Português
O presente estudo surge como produto de una leitura interpretativa à duas vozes, baixo a premissa de
uma reflexão crítica e politizada, de um texto aparentemente inócuo procedente do que se pode pensar
preconceituosamente, de um gênero “menor” chamado literatura infantil. Nossa tese es que sua
autora, Lygia Bojunga, consegue se desmarcar inteligentemente dos paradigmas hegemônicos que
dominam o horizonte movediço das próprias condiciones de produção de subalternidade cultural, que
caracterizam este subgênero, para instalar subrepticiamente uma fratura crítica solapada à
normatividade dos papéis socialmente estratificados. De esta maneira, a infância, os papéis de gênero
e a escritura, aparecem como alguns dos temas elegidos e discutidos aqui, em que a autora consegue
ir desarticulando à medida que a protagonista vai sofrendo e questionando, em carne própria, a
naturalização de estas mesmas práticas sociais normativas que a relegam como menina y mulher à
espaços, de antemão, cifrados pelo poder. Sem dúvida, a elegância e simplicidade estética que a autora
de La bolsa Amarilla (A bolsa amarela) consegue incorporar ao seu trabalho, convivem em espessura
e profundidade com o seu olhar crítico e subversivo ao interior da mesma inocência escritural de que poderia ser pensada como efeito pirotécnico distrator, porém falsamente inofensivo vindo do
menosprezado e marginalizado gênero da literatura infantil. Seu peso ou fator político opera
precisamente ali, onde parece não haver perigo em uma escritura de menor calibre, não acadêmica,
mas que, astutamente, sob uma espécie de contrabando, alberga um estatuto crítico e reflexivo tanto
das operações do adultocentrismo como do androcentrismo prevalecentes.