This research examines riverside carpentry in Caracolitos, Calbuco, as an exemplary case of the interrelation between intangible cultural heritage and its spatial conditions. The central hypothesis argues that the precariousness of architectural and urban spaces threatens the continuity of the craft, while the persistence of the carpenters represents an act of cultural resistance. The study analyzes how these spatial conditions affect the sustainability, transmission, and reproduction of ancestral knowledge, adopting a comprehensive perspective. The qualitative-phenomenological methodological approach included interviews, participant observation, photographic documentation, planimetric surveys, and territorial analysis. The findings demonstrate the existence of a normative and material gap between the heritage recognition of the craft and the actual development conditions, positioning the Caracolitos shipyard in a vulnerable scenario that requires a transdisciplinary approach.Esta investigación examina la carpintería de ribera en Caracolitos, Calbuco, (región de Los Lagos), Chile, como un caso ejemplar de la interrelación entre el patrimonio cultural inmaterial y sus condiciones espaciales. La hipótesis sostiene que la precariedad de los espacios arquitec-tónicos y urbanos amenazan la continuidad del oficio, mientras que la persistencia de los carpinteros representa un acto de resistencia cultural. Se propone analizar la forma en que estas condiciones espaciales afectan la sostenibilidad, transmisión y reproducción del conocimiento ancestral, desde una perspectiva integral. El enfoque metodológico, de carácter cualitativo-fenomenológico, incluyó entrevistas, observación participante, registro foto-gráfico, planimetrías y análisis territorial. Los resultados demuestran la existencia de una brecha normativa y material entre el reconocimiento patrimonial del oficio y las condiciones reales de desarrollo, situando al astillero de Caracolitos en una posición de vulnerabilidad que requiere un abordaje transdisciplinar.RESUMOEsta pesquisa examina a carpintaria ribeirinha em Caracolitos, Calbuco, como um caso que evidencia a interdependência entre as dimensões física e cultural do património imaterial. A hipótese central é a de que a precariedade dos espaços arquitectónicos e urbanos associados a este ofício desafia a sua sustentabilidade, enquanto a prática contínua dos artesãos se apresenta como um ato de resistência cultural face a tais adversidades. A tese procura analisar como estas condições espaciais influenciam a preservação e a transmissão deste saber ancestral, propondo uma abordagem integral para compreender a sua relevância cultural e territorial.O objetivo geral é analisar como a carpintaria ribeirinha incorpora elementos arquitectónicos, urbanos e paisagísticos na sua prática. Os objectivos específicos incluem a identificação destes componentes, a análise da sua interação com o meio ambiente e a avaliação dos principais desafios que afectam o ofício. Estes objectivos sublinham a importância de compreender a carpintaria ribeirinha não só como um saber ancestral, mas também como uma atividade profundamente enraizada no seu contexto físico e cultural.   A metodologia utilizada é qualitativa e inclui entrevistas semi-estruturadas aos carpinteiros, observação participante nos espaços de trabalho, registo fotográfico e análise planimétrica do meio envolvente. Estes instrumentos permitem-nos compreender a complexidade deste património imaterial.Os resultados evidenciam uma desconexão entre o reconhecimento como património cultural imaterial e as condições precárias dos carpinteiros, que enfrentam a exclusão regulamentar e a falta de recursos, sobretudo económicos. Conclui-se que a preservação deste conhecimento requer uma abordagem integradora e transdisciplinar que considere tanto a dimensão imaterial como a dimensão tangível. Palavras-chaveCarpintaria; património imaterial; paisagem; elementos arquitectónicos.