O artigo contém uma avaliaçao da política industrial da Paraíba como instrumento de combate à pobreza através de geração de vagas de trabalho em áreas carentes. A questão que este estudo procura responder é se a política industrial da Paraíba, baseada em incentivos fiscais / financeiros, tomou prioritariamente a direção dos municípios localizados no polígono da seca. Para tanto, faz-se uma análise exploratória da geografia do emprego industrial no Estado a partir do uso de coeficientes de localização calculado por segmentos do setor industrial e por municípios do estado com base nos dados da RAIS/MTB=2001. Posteriormente, faz-se a seleção dos municípios com maior concentração de emprego na indústria de calçados por ser este o segmento que reune os dois predicados requeridos para este artigo, ou seja, é um dos segmentos que mais recebe incentivo governamental e o que mais emprega. As empresas implantadas ou revitalizadas através dos incentivos foram estudadas através de pesquisa direta encomendada pelo SEBRAE em novembro de 2002 à UFPB.Os principais resultados obtidos apoiam a hipótese de que política de emprego caminhou em direção contrária às regiões mais pobres ao mostrar que: as empresas situadas à oeste do Estado, em geral micro e pequenas empresas locais, foram modestamente contempladas pela política; as principais beneficiárias foram as grandes e médias empresas implantadas no brejo e litoral; e, que os principais motivos dessa distribuição geográfica encontram-se no fato de ser, para as micro e pequenas empresas, mais vantajoso a clandestinidade do que os benefícios dos incentivos governamentais e, no que tange as grandes e médias empresas, ser a localização um determinante importante do sucesso de sua estratégia agressiva de minimização de custos.