Tomando como punto de partida los recuerdos personales y las memorias compartidas en torno a las prácticas cotidianas de los primeros habitantes de la colonia González Gallo –construida hace cerca de setenta años en Guadalajara, México–, esta investigación aborda la importancia que tuvieron tanto el proyecto urbano-arquitectónico como el perfil social de las familias en la generación de un fuerte sentido de pertenencia socioterritorial. Andadores peatonales, espacios públicos centrales y bienes y servicios cercanos se convirtieron en lugares de encuentro e interacción para grupos familiares que, si bien tenían niveles socioeconómicos distintos, compartían el hecho de contar con hijos pequeños así como ser propietarios por primera vez en sus vidas de la casa que habitaban, lo que facilitó la construcción de fuertes lazos vecinales que en algunos casos se mantienen hasta hoy en día.Considering the personal and shared memories of daily practices of the first inhabitants of the González Gallo neighborhood – built almost 70 years ago in Guadalajara, Mexico – this research addresses the importance of both the urban architectural project and the profile of the families in generating a strong sense of socio-territorial belonging. Pedestrian walkways, central public spaces, and nearby goods and services became places of encounter and interaction for family groups. Although they had different socioeconomic levels, they shared the fact of having small children and being first-time homeowners, which facilitated the construction of strong neighborhood bonds, that in some cases, are maintained to the date.A partir das lembranças pessoais e memórias compartilhadas das práticas cotidianas dos primeiros moradores do bairro González Gallo, construído há cerca de setenta anos na cidade de Guadalajara, México, esta pesquisa discute a importância do projeto urbano-arquitetônico e o perfil sociocultural das famílias na geração de um forte senso de pertença socioterritorial. Zonas pedestres, espaços públicos e a existência de bens e serviços próximos tornaram-se locais de encontro e interação para grupos familiares que, embora tivessem níveis socioeconômicos diferentes, compartilharam o fato de ter filhos pequenos e de possuir pela primeira vez em suas vidas a casa própria em que moravam, o que incentivou a construção de fortes laços de vizinhança que, em alguns casos, são mantidos até hoje.