Ritual Mapimaí: Criaçao do mundo dos paiter suruí
Author
De Almeida Silva, Adnilson
Maretto, Luis Carlos
de Medeiros, Adriana Francisca
Bandeira Cardozo, Ivaneide
Narayamoga Suruí, Almir
Floriani, Nicolas
Abstract
O presente artigo retrata a cultura dos Paiter Suruí, especificamente sobre sua realidade e a origem de seu universo, que é reproduzido em representações festivas e ritualísticas que mantém viva sua identidade. Dentre os vários rituais existentes, o Mapimaí explica a origem domundo e representado por vários dias. Os símbolos representativos do Mapimaí em 2011, objeto desta pesquisa, foi o gavião real, a floresta e o rio, porém estes símbolos recebem novos significados – e não perdem seu sentido maior, de evento para evento. O grupo Kaban dono da chicha e anfitrião do evento, conduziu o ritual e, escolheu a aldeia Apoena Meireles localizada em Rondolândia, Mato Grosso, para ser o lócus de sua representação. A ritualística é realizada com a bebida chicha que pode ser feita de mandioca, cará, milho ou inhame, preparada e fermentada com antecedência. É feito pintura num tronco de madeira (trono) em que os convidados pelo dono da chicha vão se sentar. Feito todos os preparativos, os grupos Gamep, Gamir, Makor e Kaban se encontram, desafiam entre si a beber chicha até não suportar mais. Os casais dançam em círculo de mãos dadas ou abraçados sob o som de flauta e cantos cujas letras das músicas abordam o papel do gavião real, da floresta e rio – como elementos de construção da identidade - e as letras não se repetem. Em suma, a intenção do evento ritualístico é o fortalecimento da união entre os Paiter Suruí.