From other lands and languages to wake you up: Taiguara, music as a battlefield
De outras terras e outras línguas te acordar: Taiguara, a música como campo de batalha;
De outras terras e outras línguas te acordar
Author
Leoni, Aldo Luiz
Tavares, Fernando
Machado Neto, Diósnio
Abstract
This work addresses the surveillance of ideologies and customs by the State apparatus during the Military Dictatorship in Brazil, especially concerning music. The case of Taiguara stands out, as a composer who, by repeatedly trying to personally defend his songs, ended up gaining a reputation of nonconformity in the face of censorship. This eventually worsened as the military regime began to restrict not only songs about customs, but also about content considered subversive. Thus, there is a nexus of causality between the musician’s career, and in parallel, the escalation of repression beginning with the Coup of 1964. Surveillance was evident even during the televised music festivals of the 1960s, where the musician had a constant presence. This eventually led to Taiguara’s two periods of exile, the first in England and the second in Tanzania. The album Imyra, Tayra, Ipy (1976) was the culmination of this persecution, because even though it had passed the filter of censorship, it was hastily recalled as soon as it was distributed. In addition to discussing the exile and censorship faced by Taiguara, we analyze the composer’s musical solutions and lyrics in this context. His critical stance and defense of agendas that today would be classified as progressive made him stand out as an artist in search of freedom of expression. Este trabalho aborda a vigilância ideológica e de costumes dos aparelhos do Estado durante a Ditadura Militar no Brasil, especialmente na música. Destaca-se o caso de Taiguara, um compositor que ao tentar reiteradamente defender pessoalmente suas canções acabou criando no meio censório uma reputação de inconformista. Isso eventualmente se agravou à medida que o regime militar passou não só a cercear canções sobre costumes, mas também conteúdo considerado subversivo. Assim a carreira do músico em paralelo à escalada da repressão desde o Golpe de 1964 estabelece um nexo de causalidade. A vigilância começa a se evidenciar mesmo durante os festivais musicais televisionados na década de 60 nos quais o músico tinha presença constante. Isso iria causar os dois períodos de exílio de Taiguara, o primeiro na Inglaterra e o segundo na Tanzânia. O álbum Imyra, Tayra, Ipy (1976) foi o auge da perseguição, pois, mesmo tendo passado na peneira censória foi recolhido às pressas logo após sua distribuição. Além da discussão sobre o exílio e a censura enfrentados por Taiguara, são analisadas soluções musicais e letras do compositor nesse contexto. A postura crítica e a defesa de pautas que hoje seriam classificadas como progressistas destacaram-no como um artista em busca de liberdade de expressão. Este trabalho aborda a vigilância ideológica e de costumes dos aparelhos do Estado durante a Ditadura Militar no Brasil, especialmente na música. Destaca-se o caso de Taiguara, um compositor que ao tentar reiteradamente defender pessoalmente suas canções acabou criando no meio censório uma reputação de inconformista. Isso eventualmente se agravou à medida que o regime militar passou não só a cercear canções sobre costumes, mas também conteúdo considerado subversivo. Assim a carreira do músico em paralelo à escalada da repressão desde o Golpe de 1964 estabelece um nexo de causalidade. A vigilância começa a se evidenciar mesmo durante os festivais musicais televisionados na década de 60 nos quais o músico tinha presença constante. Isso iria causar os dois períodos de exílio de Taiguara, o primeiro na Inglaterra e o segundo na Tanzânia. O álbum Imyra, Tayra, Ipy (1976) foi o auge da perseguição, pois, mesmo tendo passado na peneira censória foi recolhido às pressas logo após sua distribuição. Além da discussão sobre o exílio e a censura enfrentados por Taiguara, são analisadas soluções musicais e letras do compositor nesse contexto. A postura crítica e a defesa de pautas que hoje seriam classificadas como progressistas destacaram-no como um artista em busca de liberdade de expressão.