O contexto em que surge este artigo corresponde à constatação teórica de que os registros urbanos recortados por fotografias de ruas produzem narrativas visuais de ações de seus atores no cotidiano impregnado de poética e práticas políticas. A fim de contribuir para a leitura destas fotografias, o texto propõe, como objetivo primordial, apresentar 06 fotografias em dois estudos de casos, centrados nas cidades de Curitiba e Londrina, ambas situadas no estado do Paraná, Brasil e apresentar perspectivas de leitura visual com a propósito explícito de contribuir para as discussões sobre cidades e seus recortes em fotografias urbanas na construção da percepção do espaço da cidade e o recorte proposto por seus autores. Seguindo uma lógica documental-qualitativa, foram revisadas autores que discutem as relações entre história, cidades e fotografias, bem como aqueles que tratam do cotidiano e os espaços das ruas que evidenciam a relação estabelecida entre si. Revisitar um conceito de cidade nos possibilitou a considerar os possíveis registros visuais de suas transformações capturadas em fotografias e perceber os “enquadramentos” estabelecidos ao longo do tempo e dessa forma, estender as reflexões para suas construções imagéticas, imaginárias, ideológicas e suas relações com a memória e re-organização de identidades. Entre os resultados desta proposta, destaca-se uma possibilidade de leitura visual poética e crítica que pode ser retomada em outros estudos, de forma nem prescritiva e nem estática, que, tendo a fotografia urbana como substrato, sugere: 1.- os possíveis usos institucionais pela circulação de cartões postais; 2.- o caráter autoral no registro de eventos políticos como a Batalha do Centro Cívico de Curitiba-PR em 2015; 3.- o registro do cotidiano de atores sociais na rua central de um bairro periférico em Londrina-PR; 4.- a poética de fotografias urbanas no registro em preto e branco; 5.-configurar relações dialógicas entre as fotografias selecionadas.