O Recurso Praxiológico Bourdieusiano: uma perspectiva epistemológica ante a dicotomia subjetivista e objetivista
Author
Araújo Medrado, Sótero
Abstract
Pautar a temática da subjetividade e da objetividade seja qual for à perspectiva adotada, se a do ponto de vista do dualismo psicofísico cartesiano ou dos postulados do empirismo britânico -pressuposto básico experimental do ato de conhecer- seja dos postulados do idealismo alemão -dialética transcendental e o espírito absoluto hegelianos (pensar e ser são o mesmo)- quer seja do Idealismo kantiano e sua crítica da razão pura (a existência das categorias a priori do entendimento) – enfim, quer seja das abordagens fenomenológicas, existencialistas e marxistas, bem como da teoria socioanalitica de Pierre Bourdieu, cujo objeto está posto nesse debate, digo, não é tarefa das mais fáceis, qualquer que seja à ótica assumida, nos depararemos com elementos complexos da sua constelação conceitual. Considerando à sua imprescindibilidade nas discussões em muitos domínios das ciências humanas, como se verifica, os conceitos de sujeito e objeto estão na agenda dos fóruns temáticos bourdiesianos, que perseguem soluções epistêmicas para diversos problemas sociais, tais como: educacionais, ideológicos, econômicos, culturais, gênero, etc. Decerto esse é um tema rizomatizado (conceito deleuziano) na historia do pensamento ocidental. Assim sendo, tal temática deve ser tomada na sua diacronicidade evolutiva e no seu aspecto sincrônico, vez que se transmuta às necessidades das demandas sócio-históricas. Não obstante o seu caráter diacrônico, o tratamento dado por Bourdieu a esses termos é original e ainda mais original é a solução por ele apresentada, i.é., a praxiologia, a reflexividade e o caráter autorreferenciado do observador social. O método aqui assumido é o da análise e síntese do cotejamento das fontes primaria e secundaria do autor e seus interlocutores credenciados. Assim, o nosso objetivo aqui é responder às questões sensíveis que nos inquietam: qual o papel da praxiologia na socioanalitica bourdieusiana? O que acontece com sujeito e objeto depois da praxiologia?, ¿quais os desdobramentos epistêmicos das instâncias: sujeito e objeto depois da praxiologia? O que deve fazer o observador social diante dos seus próprios condicionamentos estruturados e estruturantes? Segue-se que, o saldo teórico que extraímos desse estudo, é o aprendizado acerca do modus operandi da maquinaria praxiológica de seu sistema teórico, e possíveis implicações epistemológicas da sua analítica social.