Educação inclusiva na mudança do paradigma da epistemologia clássica
Author
Budin, Jesse
Piovezana, Leonel
Abstract
A educação inclusiva influencia no paradigma da epistemologia clássica? Essa é a questão problematizadora do presente estudo. Os objetivos são os de analisar o percurso histórico da inclusão e do conhecimento que vão se elaborando, valorizando, respeitando e refletindo sobre as diferenças. Pesquisa qualitativa com estudos bibliográficos e literários à luz de reflexões vivenciadas, sentidas no corpo. Abordar educação inclusiva não é substituir a educação especial, uma vez que a primeira é resultado da segunda, mas, sim, dar condições para que as pessoas possam operar com o conhecimento de forma universal, de maneira que não haja a exclusão devido a alguma deficiência física ou limitação intelectual, e sim integração entre os envolvidos. Uma vez que as pessoas que ficavam à margem da sociedade sendo somente coadjuvantes tornam-se protagonistas de suas próprias histórias, isso resulta na democratização do ensino e a sustentação do paradigma da inclusão. O objetivo central da educação especial é ser inclusiva, de modo que o sujeito possa ser tal como os outros são, com sonhos a serem realizados, metas a serem conquistadas. A epistemologia clássica está amparada na racionalidade que, em certa medida, faz classificação e seleção entre os melhores, ignorando, por vezes, as especificidades dos sujeitos, contrapondo-se ao que se espera de uma educação inclusiva, que é a igualdade e equidade daqueles que historicamente ficaram e ainda estão à margem da sociedade. O texto está dividido em dois principais tópicos: o primeiro descreve a trajetória da educação especial à inclusiva, contextualizando com a realidade do final da segunda década do século XXI; o segundo explicita a constituição histórica da episteme e suas contradições acerca de uma epistemologia inclusiva. O resultado deste estudo possibilita reflexões acerca da necessidade de uma epistemologia voltada para a inclusão de todos, atendendo as especificidades de cada aluno, produzindo, assim, maior conhecimento de realidades vivenciadas por pessoas com qualquer tipo de deficiência.