This work aims to study the thought of Maria Firmina dos Reis, through her literary prose, regarding the Brazilian slave system. For this reason, the works Úrsula [1859] and A escrava [1887] were chosen, of which only the characters — Túlio and Susana, from the first text; the protagonists, Joana and Gabriel, from the second — and narrators are object of analysis. It seeks to observe in these two texts, the positions in relation to slavery, which can be linked to the thought of the writer, provided that writing reveals intentions and trends. As a result, it is observed that the narrators make value judgments about slavery; as well as the characters, who, especially through the dialogues, expose how this practice worked. The findings indicate an abolitionist action by Firmina in denouncing violence against enslaved people, their animalization and objectification, and by questioning the slave system and re-signifying who the barbarians were. It is thus understood that slavery was indefensible to the writer. Still, the issue of freedom, one thinks, is an indispensable factor to understand Firmina’s thought, which visualized this condition beyond manumission.Este trabajo estudia el pensamiento de Maria Firmina dos Reis, por medio de su literatura en prosa, sobre el sistema esclavista brasileño. Se eligeron las obras Úrsula [1859] y A escrava [1887], en las cuales solamente son objeto de análisis los personajes Túlio y Susana, del primer texto, y la protagonista, Joana y Gabriel, del segundo, y los narradores. Se busca observar en estos dos textos, los posicionamientos en relación a la esclavitud, los cuales pueden ser vinculados al pensamiento de la escritora, una vez que la escritura de una obra revela intenciones y tendencias. Como resultado, se observa que los narradores emiten juicios de valor sobre la esclavitud; así como los personajes, que, especialmente por los diálogos, exponen cómo funcionaba esa práctica. Los hallazgos indican una acción abolicionista de Firmina al denunciar la violencia sobre las personas esclavizadas, su animalización y objetificación; también, al cuestionar el sistema esclavista y resignificar quiénes eran los bárbaros. Se entiende, de esa forma, que para la escritora la esclavitud era indefendible. Además, el tema de la libertad, se piensa, es factor indispensable para comprender el pensamiento de Firmina, la cual visualizaba esta condición más allá de la manumisión.Este artigo estuda o pensamento de Maria Firmina dos Reis, por meio de sua literatura em prosa, sobre o sistema escravocrata brasileiro. Foram escolhidas as obras Úrsula [1859] e A escrava [1887], nas quais apenas os personagens Túlio e Susana, do primeiro texto, e a protagonista, Joana e Gabriel, do segundo, e os narradores, são objeto de análise. O objetivo é observar nestes dois textos, seus posicionamentos em relação à escravidão, que podem estar ligados ao pensamento do escritor, uma vez que a escrita de uma obra revela intenções e tendências. Como resultados, observa-se que os narradores fazem juízo de valor sobre a escravidão; assim como as personagens, que, especialmente por meio dos diálogos, expõem como funcionava essa prática. Os achados indicam uma ação abolicionista de Firmina ao denunciar a violência contra os escravizados, sua animalização e objetificação. Também ao questionar o sistema escravista e redefinir quem eram os bárbaros. Dessa forma, entende-se que, para a escritora, a escravidão era indefensável. Além disso, o tema da liberdade, acredita-se, é um fator indispensável para a compreensão do pensamento de Firmina, que visualizava essa condição para além da manumissão.