O sagrado e o profano na Festa da Flor, património imaterial do noroeste de Portugal
Author
Rodrigues, Henrique
Full text
http://www.revistas.usach.cl/ojs/index.php/rivar/article/view/477510.35588/rivar.v8i22.4775
Abstract
A vila de Alvarães organiza anualmente a Festa de Santa Cruz e dos Andores Floridos, festa profana e sagrada. A componente sacra da festividade é mais visível nas cerimónias litúrgicas dominicais, enquanto o laico está bem patenteado nas actividades lúdicas nocturnas de sábado e domingo. A principal atracção festiva é sacro-profana, centra-se no património cultural, os andores e cruzes cobertas de milhões de pétalas. Para a execução desta arte, reúne-se a população por lugares e cada um faz um andor para um santo. Nesta actividade intervém toda a população, que dedica várias semanas de trabalho à arte efémera. O serão nocturno é um tempo de convívio entre sexos e de transgressão consentida, sem a presença do sagrado. Nesta povoação, a economia de festa assenta em ofertas financeiras de todos os habitantes, onde a vontade de mostrar a arte efémera aos visitantes é a razão da festa. Com este texto, pretende-se divulgar uma festa onde a flor é fundamental para o património imaterial de uma vila portuguesa.